Costa do Marfim faz 3 na Coreia do Norte, mas dá adeus. Brasil avança em primeiro, mas joga mal demais!
Coreia do Norte 0 x 3 Costa do Marfim
Na realidade, nem a chuva de gols que se desenhou depois que Yaya Touré e Koffi Romaric abriram 2 a 0 com 20 minutos de jogo colocaria os marfinenses na próxima fase. Isso porque o empate por 0 a 0 entre Brasil e Portugal, que no mesmo horário se enfrentavam em Durban, já eliminaria os africanos de qualquer forma.
No segundo tempo, a Costa do Marfim diminuiu o ritmo e só balançou as redes com o substituto Salomon Kalou. Ao final, a equipe ainda se livrou de sofrer um gol de Tae Se e teve dois gols bem anulados - ambos por impedimento.
Em sua segunda Copa do Mundo, os marfinenses em um grupo forte como na de 2006, na Alemanha (quando era acompanhada por Argentina, Holanda e Sérvia e Montenegro) e novamente caíram na primeira fase. Desta vez, porém, colecionaram um ponto a mais, graças ao empate sem gols com Portugal.
Já a Coreia do Norte, uma das grandes zebras da Copa do Mundo de 1966, na Inglaterra, onde bateu a Itália e só parou nas quartas de final, ficou longe de repetir o desempenho em 2010. Na África do Sul, a seleção asiática até esboçou uma surpresa ao complicar a vida do Brasil na estreia, mas seu sistema defensivo não resistiu e terminou a competição com 12 gols sofridos - apenas um, sobre o goleiro Júlio César, foi marcado
Personagem do jogo: Lateral esquerdo Arthur Boka, que participou pela primeira vez do Mundial e deu duas assistências, para os gols de Yaya Touré e Kalou
Portugal 0 x 0 Brasil
Ninguém ficou insatisfeito com o mais medonho dos placares. Para o Brasil foi ótimo. Sem Kaká, Elano e Robinho, o time não jogou bem, errou passes demais, criou poucas chances e não teve criatividade, nem volume, para furar o paredão montado por Carlos Queiroz. Diante dessas dificuldades, o empate foi bastante interessante, até porque o primeiro lugar foi garantido. Para os portugueses, também ficou de bom tamanho. Não perderam, seguem invictos, tiveram momentos razoáveis, como no início do segundo tempo – Raul Meirelles perdeu gol feito -, mas depois se entregaram à chatice da partida e à acomodação geral. Não tinha jeito. Era jogo com cara, jeito e formato de 0 a 0. Mas, apesar de tudo, o sononô de Durban nos permitiu algumas conclusões (ou confirmações). Vamos aos fatos.
1. Kaká, mesmo sem estar em grande forma, e Robinho fazem tremenda falta à Seleção Brasileira.
2. Julio Baptista como reserva de Kaká é algo que sem nenhuma explicação. Nada acertou em Durban. Absolutamente nada. Nilmar também jogou errado. Procurou jogar, se movimentou, mas também pouco criou. Talvez ao lado de Robinho, mais recuado, funcionasse melhor.
3. Dunga tem um bom time, mas não um bom elenco. Alguns reservas não funcionam.
4. Daniel Alves começou na vaga de Elano e, como aconteceu diante da Costa do Marfim, não jogou bem. Tem crédito, é bom jogador, mas ainda não brilhou na Copa.
5. A defesa do Brasil esteve impecável. Lúcio e Juan foram ótimos. Maicon, no primeiro tempo, excelente… Porém no segundo…
6. … Michel Bastos conseguiu jogar pior do que contra Costa do Marfim. Errou tudo. Mal dominava a bola. Parecia assustado. A lateral-esquerda preocupa.
7. Felipe Mello levou o seu tradicional cartão amarelo e passou o primeiro tempo às turras com Pepe. Se continuasse em campo após o intervalo, teria boas chances de ser expulso. Lesionado, não deve jogar na segunda. Felipe Mello como volante é perigo constante.
8. Josué entrou na vaga de Felipe Mello. Mas o reserva do titular é Ramires ou Kleberson. O que faz Kleberson na África do Sul? Turismo?
9. Não dá para Portugual jogar só com Cristiano Ronaldo na frente.Por mais que tenha se esforçado (e em alguns momento tentado levar a bola para casa), o astro português precisa de mais alguém para dialogar. Sozinho, é desperdício. Simão é a melhor opção, com Raul Meirelles vindo de trás.
10. Mesmo com as dificuldades, o atual time português me parece mais equilibrado, mais bem resolvido taticamente e mais maduro do que aquele semifinalista em 2006. Carlos Queiroz deu uma cara (feia ou bonita vai do gosto de cada um) ao seu time.
Saudações,
Michel Macedo
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