O jogo que não deveria ter acontecido

Fala Galera!!!

Muita tristeza no RJ. Muitas mortes! A chuva não pára!!!
Hoje estou meio sem tempo e vou colocar o excelente texto do Lédio Carmona sobre o jogo do Flamengo hoje no Maracanã.
Meus comentários: Flamengo se não abrir o olho, perde uma vaga em um grupo ridículo como este. Faltam 2 jogos e tem que ganhar os 2 se não quiser depender de outros resultados.
Outro assunto: Se o Kleberson for convocado para Copa do Mundo será uma tremenda injustiça, como está jogando mal...

Flamengo 2x2 U.Chile

No meio da tragédia que abala o Rio de Janeiro, um jogo que não deveria ter acontecido entre Flamengo e Universidad de Chile. Erro absoluto. Não era momento. A população carioca e fluminense está deprimida. Assustada. Machucada e apavorada com a chuva, que vem e vai, sem trégua nem piedade. Nesse momento, são poucos que olham para frente. A maioria só se concentra no quem vem do alto. E, quando começávamos a respirar, veio a tragédia do Morro do Bumba, em Niterói. Sabe-se lá quantos mortos a mais. E ainda resolvem fazer uma partida no Maracanã, limpo por dentro, mas com a marca da lama e do caos na parte externa. Sim, a partida aconteceu.

Pouco mais de 16 mil pessoas no Maracanã. Gente demais para um evento marcado para a hora errada, no local errado, graças a uma decisão errada. E, só para confirmar o pacote de equívocos, novas falhas foram detectadas dentro de campo.

Andrade errou na escalação. Sem Adriano, era jogo para Bruno Mezenga. O treinador resolveu apostar em Michael no meio e Vinícius Pacheco no ataque, ao lado de Vágner Love. Claro que deu errado. Não por Michael, que fez uma boa partida, mesmo com momentos de irregularidades. Mas por Vinícius, sem encontrar seu posicionamento em campo. Pior, só Kleberson, absolutamente nulo em campo, e Álvaro, inseguro, lento e passivo no contra-ataque chileno, no fim do primeiro tempo, ao permitir a chegada de Walter Montillo e o gol do argentino.

Abre-se um parêntese antes de entrarmos no segundo tempo. Além de achar defeitos nos nossos times – e, de fato, o Flamengo não jogou bem -, é preciso enxergar virtudes de alguns adversários. O Universidad de Chile tem qualidade. Marca com duas linhas defensivas (três zagueiros, mas uma outra linha com mais quatro jogadores), tem um excelente contra-ataque, com Edison Puch, chileno, Juan Manuel Oliveira, uruguaio, e Walter Montillo, argentino. Equipe madura, que lidera o campeonato local e seu grupo na Libertadores. Não era um adversário qualquer e já havia vencido os rubro-negros, em Santiago.

Segundo tempo. Andrade consertou os erros. Kleberson sacado. Entrou Bruno Mezenga. O time melhorou. Depois, Petkovic na vaga de Vinícius Pacheco. Mais um avanço. O time avançou. Não jogava tão bem assim. Errava passes demais. Mas com garra, coragem, coração, camisa e determinação chegou à virada. Primeiro, com Michael, após jogada de raça de Vagner Love, guerreiro em campo. A sete minutos do fim, Petkovic achou lançamento para Love. Toque para Michael. E bola rolada para Leo Moura. Na veia: 2 a 1.

Aí, o erro capital. O Fla recuou e se dedicou a administrar. No fundo, acho que estava tudo resolvido. E a classificação, encaminhada. Mas, de novo, havia um adversário de qualidade em campo, apesar de Andrade entender que o Fla jogou muito bem e que os chilenos nada fizeram. E com essa soberba, veio o empate, aos 47min. Gol de Matias Rodriguez, que girou e marcou em cima de Álvaro.

Enfim, no jogo que não deveriam ter acontecido, os erros se perpetuaram e terminaram nos acréscimos. E sem alegria, satisfação, muito menos festa. Tristeza sem fim. Há esperança no futuro? Claro que sim. Dentro e fora de campo. Vida que segue.

Saudações,

Michel Macedo