quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Quando o clássico é… clássico!

Fala Galera

Há clássicos que justificam o rótulo… clássico. O Fluminense x Vasco no Maracanã, foi um daqueles duelos que mereciam um roteiro denso de Francis Ford Coppola, uma série repleta de segredos e descobertas, como Lost, ou um thriller pop, com música dos anos 70, por Quentin Tarantino. Foi jogo para todos os gêneros, gostos e sentimentos. Do Maracanã cheio, lindo, alegre e civilizado ao confronto entre duas equipes que, cada qual a sua maneira, souberam se remontar, ganharam confiança e disputam o Brasileirão-2010 com o tamanho e a ambição que a história de ambos lhe garante. Tricolores e vascaínos jogaram como grandes. O empate final, emocionante e cativante para quem presenciou o épico, foi justo. Num duelo de vencedores, ninguém merecia perder.


Um filme rodado no Maracanã e que nunca deixou a platéia cair na melancolia. Início, meio e fim de prender o espectador. No começo, Fluminense melhor. Dominando o Vasco, que não acerta o posicionamento e via sua defesa padecer. Gol de Gum, após duas tentativas e um milagre de Fernando Prass, logo aos 6 minutos. Após o goleiro operar outro trabalho miraculoso, o Vasco equilibrou o jogo. Os tricolores recuaram e deram campo que PC Gusmão tanto esperava para virar o jogo nos contra-ataques em velocidade. Era a segunda parte da fita. Entrava em ação um dos protagonistas do clássico: Carlos Alberto.


Ficou provado que Carlos Alberto é muito melhor quando vem de trás, na armação, fazendo a bola chegar ao ataque. Inspirado puxou a jogada e fez lançamento perfeito para Eder Luis. Entrada em velocidade e chute cruzado. no contra-pé de Fernando Henrique. No início do segundo tempo, de novo Carlos Alberto ganha a dividida, avança e descobre Fagner, em grande fase, fazendo a projeção como centroavante. De novo, conclusão perfeita na saída de FH. Engana-se quem pensa que o final seria entediante e que diretores e personagens deixaria o longa clássico cair de ritmo….

15 minutos do segundo tempo. Hora de nova reviravolta. Candidatos a vilão surgem para esquentar o roteiro. Felipe resolve driblar dentro da área e se enrola. Zé Roberto domina, ao invés de rifar a bola. E Julio Cesar rouba a cena, empatando: 2 a 2. O Vasco cansou. Mas ainda era perigoso nos contra-ataques. O Flu tinha a posse de bola e, agora, Deco em campo. Parecia estar mais perto do gol. Mas… Chegamos à etapa final do nosso clássico.
A cinco minutos do fim, Julio Cesar vai à linha de fundo e cruza. A zaga vascaína falhou e Deco, iivre, vindo de trás, chutou nas nuvens. Desespero. E, já nos acréscimos, Carlos Alberto só confirmou ter sido o nome do clássico. Livrou-se da marcação, entrou na área, ficou de cara com Fernando Henrique e chutou cruzado. Fora! Final tão apoteótico quanto o clássico, que recebeu 80 mil torcedores, na despedida da geral vip do Maracanã, em obras e reduzido pela metade a partir de amanhã.

Grande jogo, grande duelo, grandes personagens, ótimo diretores (Muricy e PC Gusmão). O Flu viu sua vantagem para o Corinthians diminuir de quatro para dois pontos. O Vasco poderia ter dormido na 5ª colocação, mas ficou mesmo no 9º lugar. Mas quer saber. Não há motivos para nenhum dos dois se lamentar. Um jogo como o de hoje não deixa seqüelas. Deixa (boas)recordações e a certeza de que o trabalho foi bem-feito. Se não foi perfeito, acabou sendo emocionante. Para não dizer épico. Acima de tudo, melhor das definições, clássico.

Saudações,
Michel Macedo

Nenhum comentário:

Postar um comentário