Fala Galera
Não preciso acrescentar mais nada no texto excelente do colega Hélio Ricardo:
2010 foi um ano sem graça. Muito sem graça. Ano passado a torcida estava extasiada, lotando estádios, chorando, comprando relíquias, empunhando bandeiras, cantando hinos. Foi sofrido e esperamos nunca mais termos de passar pela mesma luta. Mas teve muito mais emoção. 2010 foi um ano muito sem graça para o Vasco.
E qual foi a razão dessa sem-gracice toda? Simplesmente porque foi o ano em que o Vasco foi coadjuvante.
Que estranha condição é essa?
Começamos o ano na esperança de que a equipe teria, nas mãos de um treinador novo e promissor, uma força e tanto no Campeonato Carioca. Estávamos mordidos, mas a torcida estava implacável em sua efusividade. E o que aconteceu? Dodô, Titi e Nilton destruíram o sonho. Tá bom, é chato responsabilizar pessoas isoladamente por resultados de um conjunto. Mas aquela decisão da Taça Guanabara matou a gente assim: Dodô entrou sozinho com o gol escancarado e passou o pé por cima da bola como se estivesse desfalecendo. Ele não perdeu o gol, ele simplesmente não tentou fazer! Maldosamente, acho que ele não quis! Depois dele, Nilton deu um violento pontapé no adversário na linha que divide o gramado, como quem quer efetivamente tomar banho mais cedo. Se Dodô não quis, Nilton quis! Foi muito voluntarioso no que fez! Saiu realizado de campo! Invejoso, Titi resolveu fazer o mesmo, mas achou que faze-lo dentro da área seria mais interessante. Saiu mais cedo e ainda deu o pênalti para o Botafogo começar os 2x0 do título em cima da gente.
Eu vou culpar quem por aquela tragédia, com três “heróis” tão declarados assim?! O Cocada? O Marco Antônio Boiadeiro? O Jardel? Não dá, né?!
Ali morreu o Vasco 2010. Nunca mais nos levantamos. Após um garfo da Copa do Brasil (pra variar) ficamos caídos na primeira fase do Campeonato Brasileiro, candidatos ao descenso novamente. Veio a Copa do Mundo e ressuscitamos com contratações de impacto e mudança de técnico. Fazíamos bela campanha. De repente o ímpeto esfriou, os desfalques vieram, e caímos de novo de produção.
Hoje, a nau do Almirante se orgulha e aplaude a si mesma por estar disputando com garbo a honrosa... 12ª posição do campeonato!!! Mais: provavelmente faremos o papel de “fiéis da balança” em favor de um desafeto recente, que é o tricolete. Já perdemos para ele com um gol aos 4 minutos. Agora provavelmente derrubaremos o Corínthians só para deixar o caminho aberto para o desafeto.
É assim que a banda toca?
Olhando o elenco do Vasco, ele não deve nada a pelo menos seis equipes que estão à sua frente na tabela. Deve ser até melhor. E aí? O que houve com o peso da nossa camisa?
Infelizmente o tempo da boçalidade não acaba. A exemplo do que tanto se viu nas eleições presidenciais, político mente muito. E o futebol ficou infestado de politiqueiros, cabos eleitorais que parecem chacretes rebolando em favor dos outros pra garantir o ganha-pão. Enquanto a diretoria do Vasco – que, queiram ou não, É O VASCO – quer trabalhar, fica um burburinho equino relinchando besteiras e conspirando nos bastidores para fazer o clube pequeno e, com isso, desprestigiar as pessoas que hoje o comandam. Eu ainda não entendi – e nunca vou entender! – por que os arregimentadores da balbúrdia não se unem para ajudar o Vasco, em vez de ficarem tolindo e sugando as forças do Gigante para fazerem pró-campanha demagógica em favor próprio! E quando a gente, que escreve, se manifesta em favor do clube, abrem-se os esgotos e saem os jorros de excremento para nos acusarem de sermos como eles - cabos eleitoreiros apaixonados por esse ou aquele dirigente. Ninguém entende o que é amar o clube de verdade. A ideologia egoísta e umbilical cerrou o entendimento de grande parte dos vascaínos, que mais se preocupam com suas opiniões consideradas certeiras do que com a unidade e a força do clube.
Esta semana veio a notícia de que podemos perder a chance de sediar um esporte novo no Brasil! São Januário está sendo impugnado por quem se diz vascaíno! Tudo pra tentar construir uma imagem de que a diretoria nova está errando... essa sanha polítiquenta obcecada por poder e $$$$$$$ dos nossos cofres corrói como câncer a alma do clube. Como somos uma força dividida, mal conseguimos andar pra frente. Só temos acusações, protestos, impugnações etc.
Vamos terminar o ano esperando o quê?
Um 2011 com mais força política de unidade dentro do clube? Um ano em que os conselhos sirvam para ajudar e não para corroer a ordem interna e a harmonia do Vasco?
O que eu posso esperar de 2011?
Não sei. Ainda não sei.
Mas coadjuvante... pelo amor de Deus, o Vasco não pode ser! E já são oito anos assim. A seqüência de vices para o Fla, as eliminações, o jejum de títulos, o pré-rebaixamento e o rebaixamento de fato... tudo isso aconteceu em oito anos, em duas gestões! Sendo que uma tem apenas dois anos. Acho que é preciso repensar o Vasco como um só.
Mas coadjuvante... pelo amor de Deus, o Vasco não pode ser mais!!!
Saudações,
Michel Macedo
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